terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Nasa - Lançamento falha e satélite cai sobre o Pacífico Antártico




A agência espacial americana, NASA, confirmou que o satélite OCO - Laboratório Orbital de Carbono caiu nesta manhã sobre o Pacífico, na região da Antártida, logo após seu lançamento partir da base militar de Vandenberg, na Califórnia. Segundo a agência a causa da falha ocorreu no momento da separação de um dos estágios do foguete Taurus XL, que carregava o satélite.
O OCO seria o primeiro satélite projetado para analisar as concentrações de dióxido de carbono - CO2 - na atmosfera terrestre e segundo a Nasa deveria mapear com precisão as regiões do planeta onde o gás está sendo emitido e ou absorvido. De acordo com a agência americana o satélite nem chegou a entrar em órbita.
Com a falha durante o lançamento, cientistas de todo o mundo viram frustradas as oportunidades de melhor compreender como funciona o mecanismo de concentração e dispersão do gás ao redor do globo, o que permitiria uma visão mais detalhada de como isso afeta o clima na Terra.
CO2 e IPCC

Pesquisadores alinhados com o IPCC - Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas - consideram o CO2 emitido a partir das atividades humanas como o principal responsável pelas alterações climáticas verificadas recentemente, mas não se conhece com precisão como ocorre sua movimentação através da atmosfera.
Desde o começo da Revolução Industrial no século 19, aproximadamente 40% dos gases responsáveis pelo efeito estufa permanecem na atmosfera e 30% desse total é absorvido pelos oceanos. O restante ainda é incerto e alvo de diversas pesquisas.
Segundo a Nasa, os dados do satélite OCO permitiriam um enorme avanço no monitoramento das emissões de CO2 e ajudariam os cientistas a desvendar diversos mistérios sobre o assunto. "Este seria o primeiro satélite da Nasa dedicado integralmente a mapear o CO2. O objetivo seria coletar dados de altíssima precisão que seriam usados nas buscas das fontes e depósitos de CO2 na superfície", disse David Crisp, cientista chefe do projeto e ligado ao JPL - Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa.
Constelação da Tarde

A altitude nominal do satélite deveria ser de 705 quilômetros acima da superfície, circulando a Terra em órbita quase-polar com 98.2 graus de inclinação. De acordo com a Nasa o tempo da missão serira de de pelo menos dois anos e orbitaria a Terra em formação com outros cinco satélites, também da agência americana, conhecidos com Constelação da Tarde, uma série de satélites que diariamente cruzam o equador terrestre após o meio-dia.
Se entrasse em órbita o laboratório orbital teria capacidade de efetuar 8 milhões de medições de CO2 a cada 16 dias, o que representa um aumento gigantesco sobre os dados disponíveis atualmente e coletados através de pequenas redes de superfície, topos de edifícios ou aviões científicos.


Nenhum comentário: