quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cientistas criam partículas que permitem ficar vivo sem respirar


Nota: "Acreditamos que esta descoberta poderá no futuro não somente salvar vidas, mas ser uma ferramenta útil para explorar ambientes hostis sem necessitar de tanques de oxigênio ou equipamentos extras para esta finalidade." (Equipe UFO Web).


Isto parece ter saído de um filme de ficção científica: pesquisadores criaram micropartículas que podem ser injetadas direto na corrente sanguínea, para oxigenar seu corpo mesmo que você não possa mais respirar. Este é um dos melhores avanços médicos dos últimos anos, e pode salvar vidas.
Uma equipe do Boston Children’s Hospital desenvolveu as micropartículas, que vão permitir a pessoas com insuficiência respiratória continuarem vivas por 15 a 30 minutos. É tempo o bastante para médicos e a equipe de emergência agirem sem que o paciente corra risco de ataque cardíaco ou danos cerebrais permanentes.
A solução já havia sido testada em animais com falência pulmonar. Quando os médicos injetaram este líquido nas veias do paciente, ele restaurou o oxigênio no sangue a níveis quase normais, dado a eles preciosos minutos adicionais de vida.


Partículas de gordura e oxigênio

As partículas são compostas de gás oxigênio embolsado em uma camada de lipídios, um tipo de molécula que geralmente armazena energia, ou serve de componente para a membrana celular. Lipídios podem ser triglicérides, vitaminas (como A e D) ou – como neste caso – gordura.
Estas partículas gordurosas de oxigênio têm 2 a 4 micrômetros de diâmetro. Elas ficam suspensas em uma solução líquida que pode ser facilmente levada e usada por paramédicos, equipes de emergência e de UTI. Este elixir leva “de três a quatro vezes o conteúdo de oxigênio em nossos próprios glóbulos vermelhos”.
Ideias semelhantes não deram certo antes porque causavam embolia: ou seja, as partículas bloqueavam os vasos sanguíneos, em vez de levar oxigênio pelo corpo. De acordo com John Kheir, médico no Departamento de Cardiologia do Boston Children’s Hospital, eles resolveram o problema usando partículas deformáveis, em vez de bolhas:
Nós resolvemos o problema empacotando o gás em partículas pequenas e deformáveis. Elas aumentam dramaticamente a superfície para troca de gás, e são capazes de passar por capilares onde o gás livre iria ficar preso.
Kheir teve a ideia de uma solução injetada de oxigênio depois de tratar uma garotinha em 2006. Devido a uma hemorragia pulmonar causada por pneumonia, a menina sofreu danos cerebrais graves que acabaram levando à sua morte, antes mesmo que a equipe médica pudesse colocá-la em uma máquina coração-pulmão, que oxigena o sangue e o bombeia de forma temporária.
Pouco tempo depois, Kheir reuniu uma equipe de engenheiros químicos, cientistas de partículas e médicos para trabalhar na ideia, que teve resultados promissores desde o início:

Alguns dos experimentos mais convincentes foram os primeiros. Nós tiramos o sangue uns dos outros, misturamos em um tubo de ensaio com as micropartículas, e vimos o sangue azul [não-oxigenado] se transformar imediatamente em vermelho, bem na frente de nossos olhos.
Parece magia, mas era só o início do que, após anos de investigação, se tornou este líquido que devolve a vida – mesmo que por alguns minutos.



Equipe UFO Web




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