Você sempre quis conhecer o
espaço? Ficou empolgado com a chegada da Curiosity em Marte? Tem culhões o
suficiente para ser um de seus primeiros colonos e não voltar nunca mais para a
Terra? Então essa oportunidade é para você!
Desligado o modo vendedor da
Tekpix, vamos falar sério: a ONG Mars One abriu o programa de inscrições para
pessoas interessadas em cruzar o vácuo e se estabelecer em Marte, criando a
primeira colônia humana fora da Terra.
A Mars One pretende enviar
de 24 a 40 candidatos de qualquer lugar do mundo em missões compostas por
quatro integrantes. A ideia é que a primeira missão (idealmente composta por
membros de continentes diferentes, sendo dois homens e duas mulheres, segundo o
CEO Bas Lansdorp) aterrize em solo marciano já em 2023, e as subsequentes a
cada dois anos. As inscrições se encerram em 31 de agosto.
Qualquer um pode se
inscrever?
A partir de 18 anos e
gozando de boa saúde sim, qualquer um está apto; não é preciso conhecimento
técnico e nem proficiência em inglês (os selecionados serão treinados), mas a
Mars One exige que os candidatos tenham em mente que é uma passagem só de ida.
Além disso, a pessoa deve ter resiliência, adaptabilidade, empatia, curiosidade
e criatividade (e acredito que só aí 99,99% da população da Terra não está
qualificada).
Claro, para evitar
engraçadinhos a inscrição é paga, e o valor varia de país para país (custa US$
38 nos Estados Unidos). Os candidatos devem enviar um vídeo de 30 a 70 segundos
de duração dizendo por qual motivo deseja ir à Marte e por que merece ser
selecionado. Serão selecionados 40 pré-candidatos, que serão reduzidos para 24
em 2015, mas nada impede que mais pessoas sejam selecionadas posteriormente.
A Mars One está incentivando
os visitantes do site a votarem nos seus candidatos preferidos, de modo a
estreitar a seleção. Não obstante, a empresa pretende televisionar as fases
finais do processo, literalmente transformando o programa num BBB Marte.
E depois?
Tendo passado a fase de
seleção, os pré-colonos se mudarão para os Estados Unidos e darão adeus a
qualquer noção de vida normal que conhecem. Pelos próximos sete anos eles serão
empregados remunerados da Mars One e receberão treinamento em tempo integral:
durante nove meses de cada ano aprenderão odontologia, medicina geral e
emergencial, engenharia, mecânica, biologia… todo o necessário para sobreviver
num planeta distante e fazer a colônia funcionar.
Já durante os três meses
restantes os futuros marcianos ficarão confinados 24/7 num ambiente que
simulará as condições que eles encontrarão no planeta vermelho, inclusive com o
delay de comunicação de 40 minutos. Segundo Lansdrop, a situação mais
estressante que os astronautas poderão enfrentar durante essa fase é “um
banheiro quebrado. É quando as pessoas piram”.
O projeto vai custar US$ 6
bilhões e a Mars One usará as naves da SpaceX para enviar o equipamento na
frente dos astronautas, que embarcarão no Falcon Heavy, o foguete vitaminado
que será testado ainda esse ano. Uma vez instalada a colônia e assegurado que
os marcianos serão capazes de se auto-sustentar, cultivando sua própria comida,
entra a fase mais crítica: eles serão independentes da Terra. O intuito é
estabelecer uma nova civilização, sem ter que receber ordens de ninguém daqui.
Cabe aos colonos decidirem seus métodos, estabelecer suas próprias leis e ver o
quão longe eles poderão ir.
Claro, as chances de dar
errado são imensas, como aconteceu com a Colônia de Roanoke, além de uma pessoa
estar disposta a abandonar tudo e criar uma nova civilização em outro planeta
soa como loucura, mas são os loucos que criam, que ousam, não os sãos. Esses
ficam reclamando de tudo sem sair do lugar.
Já às pessoas sem raízes e
insanas o bastante para ir por mares nunca dantes navegados, toda a sorte dos
mundos – desse e de Marte.
Interessou? Se inscreva
aqui.
Fonte: PopSci
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